Já pensou em participar da corrida espacial?
Ir para o espaço ainda é algo restrito a astronautas ou poucos bilionários que conseguem pagar por um ticket. E também Jeff Bezos, fundador da Amazon, que fez uma viagem no seu próprio foguete - afinal, ele é o fundador da fabricante de foguetes Blue Origin.
Mas mesmo que ainda não seja possível ter um foguete pra chamar de seu, dá para entrar na corrida espacial. Como? Através da aquisição de ações de empresas que já abriram capital nessa indústria.
Não é o caso da Blue Origin. Nem da SpaceX, a fabricante de foguetes, espaçonaves e satélites de Elon Musk, que foi pioneira ao enviar pessoas ao espaço a bordo de uma espaçonave privada (e não da NASA, por exemplo, que é do governo americano). As empresas ainda não estão na bolsa de valores. Mas outras empresas estão.
Elas não são todas 100% dedicadas ao mercado espacial. Mas possuem ao menos um pé (e bem firme) do negócio nesse setor. Produzem espaçonaves em parceria com a NASA, por exemplo, ou desenvolvem tecnologias e componentes.
E abriram capital, aguçando o apetite dos investidores. Eles estão de olho no mercado espacial não por acaso: em 2020, movimentou US$ 385 bilhões, de acordo com a consultoria Euroconsult.
Julho de 1969: o então presidente dos EUA,Richard Nixon, e os astronautas Neil Armstrong, Michael Collins e Buzz Aldrinapós pisarem na Lua. De lá pra cá, muita coisa evoluiu. Mas os sorrisos dessa indústria, digamos que seguem os mesmos. Foto: History in HD
Ações espaciais de capital aberto
Enquanto as duas gigantes que citamos acima não abriram capital, diversas empresas na indústria aeroespacial já decolaram suas ações na bolsa.
Muitas através dos chamados SPACS (Special Purpose Acquisition Company ou Companhia com Propósito Especial de Aquisição). Entenda o que são SPACs neste artigo especial que preparamos.
Aqui, listamos mais de 10 empresas que estão “voando” no mercado espacial:
ASTRA SPACE ($ASTR):
A Astra Space abriu capital na Nasdaq em julho/ 2021, por SPAC, através da Holicity ($HOLUU).
MOMENTUS ($MNTS):
A Momentus abriu capital na Nasdaq em agosto/ 2021, por SPAC, através da Stable Road Capital ($SRAC).
ROCKET LAB ($RKLB):
A Rocket Lab abriu capital na Nasdaq em agosto/ 2021, por SPAC, através da Vector Acquisition ($VACQ).
BOEING ($BA):
A tradicional fabricante de aviões também alçou voos mais altos, literalmente. Mas isso já faz tempo. Ela participou da construção do foguete Saturn V, que levou astronautas da Apollo 11 até a Lua, em 1969. Hoje, constrói satélites, táxis espaciais e foguetes. Além disso, gerencia a Estação Espacial Internacional para a NASA e está desenvolvendo o projeto de Sistema de Lançamento Espacial.
VIRGIN GALACTIC ($SPCE):
A empresa de turismo espacial comercial, a primeira do tipo a abrir capital. Foi em outubro/2019, a partir da fusão com a Social Capital Hedosophia Holdings (SPCE). Tem a Boeing como uma das investidoras. Em julho/2021, levou para o espaço o seu fundador, o bilionário icônico Richard Branson. Foi, inclusive, uma espécie de “corrida espacial pessoal” com Jeff Bezos, que acabou perdendo - viajou no seu foguete da Blue Origin dias depois.
VIRGIN ORBIT ($VORB):
Virgin Orbit é a “irmã” da Virgin Galactic e tornou suas ações públicas através de fusão no modelo SPAC com a NextGen Acquisition II ($NGCA).
REDWIRE SPACE ($RDW):
A Redwire abriu capital na Nasdaq em sep/ 2021, por SPAC, através da Genesis Park ($GNPK).
MAXAR ($MAXR):
A Maxar fabrica componentes, satélites de comunicação e observação da Terra, e sistemas robóticos para serem usados no espaço. É responsável pelos primeiros componentes da estação espacial Lunar Gateway, da NASA.
LOCKHEED MARTIN ($LMT):
Ela constrói satélites e sondas espaciais para a NASA. Fez motores para a Apollo 11. E está desenvolvendo a cápsula Orion, que vai levar astronautas ao espaço profundo, através do foguete SLS (Space Launch System), da NASA. O plano é que a Orion chegue ao lado oculto da Lua, a 400 mil quilômetros da Terra! Será a maior distância que o ser humano já atingiu. A empresa também tem uma joint venture com a Boeing, a United Launch Alliance, que fabrica foguetes.
NORTHROP GRUMMAN ($NOC):
A Northrop comprou a fabricante de foguetes Orbital ATK em 2018. Atua no desenvolvimento do foguete de carga pesada OmegA, constrói satélites e está desenvolvendo um telescópio espacial para a NASA. É financiada pela Força Aérea americana para fabricar motores e, assim, acabar com a dependência que os EUA têm de motores russos.
SPIRIT AEROSYSTEMS ($SPR): maior fabricante do mundo de estruturas aeronáuticas de primeira linha para os setores aeroespacial civil e de defesa.
AEROVIRONMENT ($AVAV): produz drones e comunicações por satélite. Uma de suas cliente é nada menos que a Força Aérea americana.
HOWMET AEROSPACE ($HWM): fabrica componentes de motores a jato e outras tecnologias metalúrgicas aeroespaciais de ponta.
Foto: SpaceX/Divulgação
ETFs de ações espaciais
Além das empresas, é possível investir em ETFs relacionados a ações do mercado espacial. Mas o que são ETFs? A gente explica.
Exchange Traded Fund ou fundo de índice é um fundo de investimento negociado na bolsa de valores como se fosse uma ação. Consiste na união de recursos de diferentes investidores para aplicação em uma carteira de ações que tem retornos de acordo com um índice de referência, como o Ibovespa ou o NASDAQ-100 Index (índice da bolsa americana).
Dentro dessa modalidade de investimento no setor espacial, destacam-se os seguintes ETFs:
PROCURE SPACE ETF ($UFO): lançado em abril/ 2019, inclui participações em ações espaciais da Boeing, Maxar, Iridium Communications ($IRDM), e Airbus ($EADSY).
ARK SPACE EXPLORATION ETF ($ARKX): lançado em março/2021, direciona os investimentos para diferentes ações espaciais, como Boeing, Iridium e Lockheed Martin.