ETF de Bitcoin

As criptomoedas estão na bolsa. Aos nossos olhos, um marco está acontecendo no mercado tradicional de investimentos.
Cryptocurrency

É um momento histórico. A comercialização de bitcoins no mercado tradicional de ações dos Estados Unidos começou essa semana, na bolsa de Nova York (NYSE), através de ETF. E você vai se lembrar desse momento no futuro. 

Quem inaugurou o novo momento foi o ETF de Bitcoin ($BITO), administrado pela ProShares. É a criptomoeda mais famosa. Afinal, foi a primeira, criada lá em 2009 (12 anos já!). Por isso, o nome “bitcoin" é inclusive usado como sinônimo de criptomoeda, mas, “oficialmente”, as demais criptomoedas são chamadas altcoins. 

A listagem na bolsa fez com que o Bitcoin batesse recorde histórico, negociado acima de 64 mil dólares. Ao longo da semana, outros ETFs, indexados por diversas altcoins, foram lançados. 

“Para o mercado de cripto, isso é muito positivo, porque você começa a ter uma certa popularização daquele ativo e, gradativamente, estímulos para disseminar o conhecimento e a educação sobre esse ativo, que é muito peculiar”, avalia Daniel Matos, advogado e economista, e especialista em investimentos. 

Como funcionam os ETFs de criptomoedas 

Primeiro, entenda o que são ETFs, fundos que replicam índices de mercado. 

Pela natureza desse tipo de investimento, os ETFs de bitcoins são compostos por moedas diferentes, o que significa uma possibilidade de redução de risco ao fazer esse tipo de investimento, em vez de investir em apenas uma moeda. 

Mesmo assim, Daniel pondera: "as criptomoedas têm uma volatilidade natural, pelo grau de risco maior que carregam por natureza”. 

Além disso, o especialista explica que o investidor precisa analisar a composição do ETF para avaliar o risco. "Digamos que seja composto por três: Bitcoin, Cardano e Ethereum. O investidor vai ter que olhar a lâmina do fundo de investimento, analisar qual vai ser o percentual de cada ativo para compor o ETF, para então dosar o risco futuro”. 

Regulamentação 

Até então, as criptomoedas não estavam na bolsa de valores tradicional. Eram comercializadas apenas no seu mercado específico. 

O fato de bitcoins entrarem para o mercado regulado de capitais significa um avanço no sentido da regulamentação desses ativos. Isso porque esse sempre foi um ponto polêmico em relação às cripto. 

Portanto, o lançamento do ETF de bitcoin é considerado por especialistas como um momento de maturidade das critpomoedas. 

"É um marco muito interessante se você for considerar que ele foi utilizado, em um primeiro momento, como base de liberalismo do cidadão em relação ao poder monetário,” avalia Daniel. 

E ele avisa, é caminho sem volta: "veremos cada vez mais a absorção do mundo cripto na economia real."