Nesta semana, uma única medida política foi suficiente para movimentar os mercados globais: o governo dos Estados Unidos anunciou uma série de tarifas de importação que causaram quedas nas bolsas, alertas internacionais e tensões comerciais em escala mundial. Nesta edição, explicamos o que aconteceu e o que já está mudando para os investidores.

Destaques da semana

• EUA impõe tarifa de 10% sobre todas as importações, com alíquotas maiores para China e União Europeia.

• S&P 500 entra em mercado de baixa e a volatilidade global aumenta.

• Preço do petróleo atinge o nível mais baixo desde 2021.

• FMI alerta que as tarifas representam um “risco significativo” para o crescimento global.

O estopim: tarifas com ambição industrial

No dia 2 de abril, o presidente Donald Trump anunciou um pacote de tarifas comerciais que inclui:

• 10% sobre todas as importações

• 34% para produtos da China

• 20% para itens da União Europeia

• 25% para automóveis e autopeças

A medida foi apresentada como um novo ciclo de industrialização nos EUA, mas gerou preocupação imediata nos mercados. A possibilidade de retaliação internacional e o aumento nos preços de produtos importados elevaram os riscos de inflação e instabilidade econômica.

Reação imediata dos mercados

As bolsas reagiram rapidamente:

• O S&P 500 caiu mais de 6%, entrando oficialmente em mercado de baixa (queda de mais de 20% desde seu pico).

• Dow Jones e Nasdaq também tiveram perdas expressivas. Os setores mais afetados foram automotivo, tecnologia e manufatura.

Com o aumento da incerteza, investidores buscaram ativos considerados seguros, como os títulos do Tesouro dos EUA e o iene japonês, que se valorizou.

Queda do petróleo: reflexo do medo de recessão

O mercado de petróleo sentiu o impacto:

• O Brent caiu para US$ 62,9 por barril

• O WTI recuou para US$ 59,4 por barril

São os menores níveis desde 2021, influenciados pelo temor de queda na demanda global.

Alerta do FMI e riscos de recessão

Kristalina Georgieva, diretora-gerente do FMI, declarou:

“As novas tarifas dos EUA representam um risco significativo para o crescimento econômico global.”

O FMI pediu diálogo e moderação, alertando que uma guerra comercial prolongada pode levar à recessão. Grandes bancos também aumentaram para 45% a probabilidade de recessão nos EUA.

Análise final

Uma decisão pode provocar efeitos em cadeia. Nesta semana, vimos como a política comercial dos EUA influenciou desde os mercados locais até os preços das commodities e o sentimento dos investidores ao redor do mundo.

Para quem investe, é hora de manter a calma, diversificar a carteira e acompanhar de perto possíveis reações da China, Europa e outros países.

Fontes: El País, Kiplinger, The Guardian, AP News, HuffPost, Cadena SER.

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